Londres é tão busy, que pode assustar. Nos primeiros dias, o incauto que desembarca no Heathrow pode ficar temeroso ao calcular que tanta pressa se soma à mão contrária nas ruas. Calma, você não será atropelado. A menos que pare do lado esquerdo da escada rolante.
Nas ruas, turistas com mapa na mão são o pesadelo dos commuters. Até as senhoras bem velhinhas de chapéu estão andando mais depressa – e olhando para trás, desconfiando de sua letargia. Mas é no Underground que Londres se move com ainda mais rapidez.
No metro, a sensação é de urgência. A cada minuto, um novo trem aparece no display da Central Line. Se você perder um, 60 segundos depois aparece outro. E em alguns horários, cada um chega mais cheio do que o anterior.
Nas plataformas, as pessoas se alinham. Lêem jornais, conferem o smartphone, assistem a vídeos no tablet. Mulheres puxam seu cachorro pela coleira, homens de terno discutem em voz alta e as crianças só não correm porque, normalmente, não tem espaço. Há muito para fazer e tão pouco tempo para tudo.
Na hora do embarque, a preferência é de quem sai. Mas quem desembarca percebe a ânsia de quem está prestes a entrar. De um lado, a expectativa pelo lugar para sentar; do outro, o fim de um jornada rumo ao compromisso inadiável.
Para captar todos os sinais da pressa de Londres, basta parar do lado direito na escada rolante de uma estação e observar. Parece que todos têm um compromisso importante, e cada um ali está atrasado. Na verdade, a fim de sentir isso na pele, você deve dar um passo para a esquerda – e parar no corredor destinado a quem sobe as escadas rolantes caminhando.